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O artesanato nos estados do Nordeste.

​As tribos indígenas do Maranhão, em particular, elaboram objetos com palhas de plantas, madeiras e penas de pássaros. O estado produz doces de frutas nativas, além de sucos (de murici, bacuri e buriti); cerâmica figurativa (no Vale do Parnaíba); cerâmica utilitária (em Apiaí); rendas de almofadas (em Guimarães, São Luís, Humberto de Campos e Praia do Raposo); cestarias (em Barreirinhas); e tecelagem e redes de dormir(em Alcântara, Pinheiros, São Bento e Barreirinhas).

Os produtos artesanais, em cada estado, sofrem variação de acordo com a presença e/ou abundância dos materiais.

E os municípios de Tanque d’Arca, Penedo e Passo de Camaragibe produzem peças de cerâmica. Igaci e Lagoa do Félix produzem, ainda, alguns instrumentos musicais (como o bombo e a zabumba). Em teares bastante rudimentares, Delmiro Gouveia fabrica redes de algodão e Girau do Ponciano redes em caroá. São Sebastião produz renda de bilros e Maceió tecelagem em labirinto. A renda chamada filé é produzida em Pontal da Barra e Marechal Deodoro. Na Ilha do Ferro, situada a 18 km do município de Pão de Açúcar, a atividade principal das mulheres é o bordado "Boa Noite", o único no Brasil.

Nos municípios de Marechal Deodoro e Pontal da Barra, em Alagoas, as mulheres efetuam bordados sobre o linho branco. Em Caldas de Cipó e Tucano, é possível apreciar a confecção de rendas (de bilros, labirintos e filés), e a tecelagem ornamental. Em Palmeira dos Índios, Porto Real do Colégio, Água Branca e Igreja Nova fabricam-se peças de barro: potes, jarras pintadas com tauá vermelho e branco e moringas em formatos antropomórficos. 

Muitos artefatos de pesca são fabricados em 34 municípios de Alagoas, particularmente em Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Santa Luzia do Norte e Paripureira: 13 tipos de redes de pesca, jererés e puçás para pescar crustáceos e peixes pequenos.

Em Catolé do Rocha, na Paraíba, os artesãos produzem batique, uma pintura feita à base de tinta e cera de abelha, e uma variedade de rendas e de redes. São Mamede fabrica uma cerâmica especial, onde o barro é vitrificado pela própria natureza. O artesanato de barro, do tipo lúdico (bois, cavalos, elefantes, bonecos e mobiliário infantil), pode ser encontrado em Patos. Os brinquedos de qualidade, confeccionados em madeira, latas ou sobras de outros materiais, são fabricados em Itabaiana. Juarez Távora e Juripiranga produzem cestarias, trançados e tecelagem (crivos, labirintos e rendas). Os trançados podem ser apreciados, ainda, em Salgado e Serra Redonda.

O Piauí (em Pedro II, Simplício, Mendes, Parnaíba, Oeiras, Floriano e Teresina) encontram-se os grandes centros produtores de cerâmica decorativa: moringas, potes, alguidares, pratos e panelas. Aquele Estado confecciona também objetos com fibras de buriti, tábua, tucum, carnaúba e agave (em Campo Maior e Piracuruca). As cestarias e trançados são produzidos em Parnaíba (o maior centro produtor). O município de Pedro II é o mais expressivo centro de produção de tecelagem artesanal.

O Rio Grande do Norte utiliza as areias coloridas de suas praias para enriquecer a produção artesanal. O estado produz, também, objetos de palha, e trançados de cipó (bolsas, vassouras, esteiras, abanos e cestas). Santo Antônio dos Barreiros produz a cerâmica decorativa (galos policromados); Mossoró e Nísia Floresta fabricam rendas e cerâmica utilitária; de Caicó saem os artigos em couro; em Luzia, Ana Dantas e Currais Novos são produzidas as esculturas de santos e animais em madeira (sem pinturas); e Júlio Cassiano e Jardim do Seridó fazem santos e bandas de pífano em madeira.

Cascavel, no Ceará, é o maior centro produtor de cerâmica, mas os municípios de Juazeiro do Norte e Sobral também fabricam objetos em barro (como figuras do Padre Cícero e bois pintados com flores). Em Fortaleza, Cascavel, São Mamede, Maranguape, Quixeramobim, Camocim e Aracati, são fabricados rendas e objetos artesanais (chapéus e bolsas); e Caicó produz trabalhos em couro: cartucheiras, selas, chapéus e chicotes, entre outros.

Piauí.

O Ceará produz cestarias e trançados nos municípios de Limoeiro, Russas, Ipu, Aracati, Itaiçaba e Jaguarana. Sobral, em particular, confecciona chapéus com palha de carnaúba. Fortaleza, Araçoiaba, Pacajus e Capistrano fabricam uma tecelagem de qualidade. E Juazeiro do Norte destaca-se pela produção de artefatos em couro, metal e ourivesaria. Cabe ressaltar o município de Itarema, no litoral, onde a população local é remanescente dos índios Tremembé, como uma das poucas regiões nordestinas que não vivenciou o impacto do turismo. Lá, pode-se apreciar a fabricação de redes de fibras (em pequena escala), que é executada em teares verticais rudimentares.

Alagoas.

Bordados Sobre Linho Branco.
Rendas de Bilros, Labirintos, Filés e Bordado.

Barros, Potes, Jarras Pintadas com Tauá Vermelho e Branco.

Maranhão.

Cerâmica e Barro - Santos.

Chapéus com palha de carnaúba.

Redes de fibras (em pequena escala.

Artefatos em couro, metal e ourivesaria.

Rendas e objetos artesanais (chapéus e bolsas).

Couro: cartucheiras, selas, chapéus e chicotes.

Ceará.

Cestarias e Trançados.

Bancos e Estantes de Carnauba.

Couro: Malas, Arreios, Roupa de Vaqueiro.

Madeira: gamelas, pilões, colheres de pau, santos e anjos.

Objetos com fibras de buriti, tábua, tucum, carnaúba e agave.

Cerâmica decorativa: moringas, potes, alguidares, pratos e panela.

Objetos de Palha de Coco Babaçu, Esteiras de Carnaúba ou babaçu.

Tecidos com fibras vegetais, rendas, labirintos, bordados, crochês, colchas, tapetes e toalhas.

Bahia.

Madeira, Latas.

Rendas e Redes.

Barro tipo Lúdico.

Batique, base de Tinta e Cera de Abelha.

Cerâmica Especial com barro Vitrificado.

Cesteiras, Trançados e Tecelagem.

Paraíba.

O estado da Bahia é um grande centro produtor de artesanatos em madeira, palha e prata. O município de Maragogipinho produz moringas, jarros e tigelas em cerâmica, feitos com barro amarelo e vitrificados em seu interior. As rendas de almofadas são confeccionadas em Castro Alves e Santa Terezinha; os trabalhos em couro, em Ipirá; as peças utilitárias (em miniatura) em Nazaré das Farinhas; as redes de pesca em Xique-Xique; as colchas de algodão e de seda e espanadores de sisal, em Caldas de Cipó e Tucano. Itiúba fabrica chapéus de fibra, artigos de palha de ouricuri ou ariri, e bolsas de sisal. As cestarias e trançados, em geral, são fabricados na região do Médio São Francisco.

​Redes de Pesca.

Trabalho de Couro.

Cesteiras e Traçados.

Madeira, palha e prata.

Chapéus de Fibra e Espanadores de Sisal.

Rendas de Almofadas e Colchas em Algodão e Seda.

Moringas, Jarros e Tigelas em Cerâmica e  Barro Amarelo.

Produtos: terços, instrumentos musicais, pilões, frutas, pratos, colheres de pau.

No Mercado Modelo, em Salvador, encontra-se uma grande variedade de produtos artesanais: talhas, estátuas, berimbaus, santos, terços, instrumentos musicais, pilões, frutas, pratos, colheres de pau; e uma série de artigos de metal como facas, sinetas, chocalhos, esporas, castiçais, campainhas, punhais, brasões entre outros. São encontrados, ainda, pilões e colheres de pau, de Porto Seguro; bonecas de pano, caminhões, jipes e carros de bois (feitos em madeira de buriti) da Barra.

Pernambuco.​

Cerâmica e Tracunhaém.
Tapeçaria de Casa Caiada.

Redes, Rendas e Bordados.

Bordados, Bonecos de Barro.

Imagens de Tronco de Umburana.

Xilogravuras e Esculturas em rocha granito.

Trajes, Luvas, Cinto, Sandalias, Bainha e arreios de Couro.

O estado de Pernambuco possui uma grande produção artesanal. Na Casa da Cultura, situada no centro do Recife, e no Mercado da Ribeira, em Olinda, é possível apreciar uma amostra dessa produção. Na direção das praias do norte, a famosa tapeçaria Casa Caiada vem sendo elaborada por artesãs locais. O maior centro produtor de cerâmica é Tracunhaém, um município localizado na Zona da Mata, a 58 km de Recife. Lá, cada casa representa um atelier, onde as pessoas vivem com as mãos na massa, moldando e/ou esculpindo objetos.



De Ibimirim, município do sertão do Moxotó localizado a 380 km de Recife, saem as imagens religiosas em madeira, feitas de troncos de umburana; de Passira, a 109 km da capital, vêm os bordados; e em Caruaru, em pleno agreste pernambucano, são produzidos os bonecos de barro, herança da famosa escola do Mestre Vitalino, assim como uma série de outros objetos em cerâmica, palha e madeira. Todos os sábados, na Feira de Caruaru vêem-se expostos todos os tipos de artesanato, assim como uma grande variedade de trabalhos em couro: trajes típicos de vaqueiro, luvas, cintos, sandálias, bainha para facas, arreios para cavalos, entre outros.

Em Bezerros, pode-se acompanhar a produção de xilogravura (gravura feita em madeira e impressas em papel ou tecido), feita por Amaro Francisco e J. Borges. Itamaracá produz inúmeros objetos em chifre de boi: anéis, figas, animais, pássaros, navios, peixes, cabos e outros; cestarias e trançados, objetos em pedras e conchas. Itamaracá e Fazenda Nova produzem, ainda, objetos em conchas e pedras; Pesqueira e Poção fazem doces (de goiaba e de tomate), rendas e bordados; e Timbaúba e Taracatu fabricam redes.


Santa Cruz do Capibaribe, localizada a 215 km do Recife, em pleno agreste de Pernambuco, possui uma das economias mais sólidas do Estado, há quatro décadas. Na feira da sulanca, encontram-se as roupas e tecidos mais baratos do Nordeste. O município conta com 1280 estabelecimentos comerciais e, de lá, saem para o restante da região cerca de 1 milhão de metros de jeans, semanalmente, e 500 toneladas de malha por mês. Santa Cruz do Capibaribe possui 38.000 habitantes e 40.000 máquinas de costura.

Nos arredores de Fazenda Nova, ainda no agreste do Estado, encontra-se o Parque das Esculturas: um conjunto de 21 esculturas em rocha granito, elaboradas por artesãos, que pesam entre 10 e 20 toneladas, cada uma delas. O Programa Nacional de Desenvolvimento do Artesanato, um projeto do Ministério do Trabalho, trouxe novas perspectivas profissionais, econômicas e sociais para um milhão de artesãos. Estes possuem, hoje, uma série de direitos: profissão reconhecida, assistência previdenciária, associação em cooperativas, isenção de tributos e autorização para expor e vender produtos em feiras e mercados. O município de Goiana também produz muitos objetos em barro (especialmente santos, em tamanhos regulares).


O trabalho artesanal, no entanto, uma atividade intensamente ocupadora de mão-de-obra no Nordeste, representa uma ocupação secundária e complementar para quem o executa. A cadeia de atravessadores, além do mais, que se estende do produtor até o cliente, contribui para diluir o pequeno lucro do artesão. O criador de riqueza passa a ser, então, o que menos a usufrui. Para ser compensatório, do ponto de vista econômico, a produção artesanal necessita se tornar uma atividade de mercado, deixando de ser, apenas, uma mera atividade de subsistência.

Às margens do rio Parnaíba, encontra-se uma variedade de artesanatos feitos com palha de coco babaçu, assim como esteiras de folha de carnaúba ou babaçu, para funcionar como divisórias de cômodos em casas humildes. Os troncos de carnaubeiras, por sua vez, são trabalhados para servir de bancos ou depósitos de mantimentos. Outros municípios do Piauí fabricam objetos em madeira: gamelas, pilões, colheres de pau, santos e anjos. Teresina, Picos e Campo Maior produzem também artigos em couro (malas, arreios, roupa de vaqueiro). O Estado fabrica tecidos com fibras vegetais, bem como rendas, labirintos, bordados, crochês, colchas, tapetes e toalhas.

Rio Grande do Norte.

Artigos em couro.

Cerâmica Utilitária.

Cerâmica Figurativa.

Areias coloridas de praias.

Esculturas de santos, animais e banda de Pífanos em madeira.

Objetos de palha, e trançados de cipó (bolsas, vassouras, esteiras, abanos e cestas).

Fontehttp://basilio.fundaj.gov.br/



AGUILAR, Nelson; PEDROSO, Franklin Espath (Orgs). Brasil profundo. São Paulo: Associação Brasil +500, 2001.


ARTESANATO de Pernambuco, um jeito simples de reproduzir a vida. Diario de Pernambuco, Recife, 9 nov. 1988. Cad. Turismo, p. C-3.

BORBA FILHO, Hermilo; RODRIGUES, Abelardo. Cerâmica popular do Nordeste. Rio de Janeiro: MEC, 1969.

COSTA, F. A. Pereira da. Folk-lore pernambucano. Recife: Arquivo Público Estadual, 1974.

DE retalho em retalho, a certeza de um dia melhor. Diario de Pernambuco, Recife, 10 jun. 1994.

LIMA, Antônio Aquilino de Macedo; AZEVEDO, Ivanilto Mendes de. O artesanato nordestino:características e problemática atual. Fortaleza: BNB, Etene; Gedur, 1982.

MARTINS, Saul. O artesanato na região de Barreiros: nota prévia. [S. n. t.], 1973.

MOLITERNO, Carlos. Artesanato nordestino. Cultura, Brasília, ano 8, n. 30, p. 4-17, jul./dez. 1978.



PROJETO de apoio ao artesanato para geração de renda. [S.l.]: Conselho da Comunidade Solidária; Sebrae; Sudene, [2002].

 

VAINSENCHER, Semira Adler. Artesanato do Nordeste do Brasil. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em:dia  mês ano.

Ex: 6 ago. 2009.

Peças de Cerâmicas.

Redes de Algodão e Girau.

Redes de Pesca, Jererés e Paçás.

 

Madeira.

Cestarias.

Palha de Plantas.

Penas de Pássaro.

Cerâmica Utilitária.

Cerâmica Figurativa.

Tecelagem e Redes de Dormi.

O estado de Pernambuco possui uma grande produção artesanal. Na Casa da Cultura, situada no centro do Recife, e no Mercado da Ribeira, em Olinda, é possível apreciar uma amostra dessa produção. Na direção das praias do norte, a famosa tapeçaria Casa Caiada vem sendo elaborada por artesãs locais. O maior centro produtor de cerâmica é Tracunhaém, um município localizado na Zona da Mata, a 58 km de Recife. Lá, cada casa representa um atelier, onde as pessoas vivem com as mãos na massa, moldando e/ou esculpindo objetos.

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