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Raimundo Sodré.

Raimundo Nonato Sodré.
Ipirá - Bahia
23 de Julho de 1948
Site: http://www..com.br

Carreira

Com a idade de sete Sodré movida juntamente com sua mãe para a capital de Salvador , estabelecendo-se no bairro de São Caetano. Suas férias foram gastos com o pai em Santo Amaro , Bahia (seu pai nunca se casou com sua mãe), e ele e sua mãe fez freqüentes viagens de volta para Ipirá também. Foi em Santa Amaro e Ipirá que Sodré absorveu os estilos de música para que mais tarde ele se tornou famoso, o samba-de-roda e samba-chula, e os baiãos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro .

Em 1980 alcançou o sucesso nacional Sodré com seu hit "A Massa", uma canção baseada no pós-samba-de-roda terceira colocação em um concurso de talentos em rede nacional. Este sucesso foi de curta duração no entanto, Sodré falou abertamente e criticamente de um poderoso político brasileiro que chegou ao poder durante a ditadura (1964-1985) , ea pressão foi exercida sobre a empresa Sodré registro ( PolyGram ). Sem nenhum apoio seus próximos dois registros - Coisa de Nego e Beijo Moreno -vendido mal.

Em 1990, Sodré foi convidado para participar do carnaval em Nice, França , e mais tarde naquele ano, ele voltou para a França para Le brésilien Carnaval no Cirque d'Hiver . Sodré ficou, jogando bares na França, Inglaterra, Alemanha, Itália e Suíça, e viajar na África. Em 1994, ele gravou o álbum real para a etiqueta alemã Música Tropical .
No ano de 2000 Sodré voltou a Bahia para viver permanentemente, onde em 2005 gravou e lançou o álbum de forma independente Dengo , e onde continua a tocar em shows de forma intermitente.

O cantor e compositor Raimundo Sodré é um  dos mais injustiçados  artistas do Nordeste. Teve sua carreira de certa forma abortada. Depois de conseguir um estouro nacional, em 80,  com a música A Massa e LP homônimo, não emplacou  mais nenhuma. Assim, diluiu sua projeção dentro da Música Popular Brasileira (MPB). Apesar de ter lançado mais dois trabalhos de consistência nos dois anos seguintes, o  impacto  nunca foi o mesmo. Com sua música recheada de nordestinidade, principalmente a derivada da música do Recôncavo, como chulas e sambas de roda, Raimundo Sodré fez uma música de cunho popular, porém, recheado de uma lírica de primeira qualidade.

O  poeta  do Recôncavo nasceu em 20 de julho de 1948, na cidade de Ipirá, zona limítrofe entre o Sertão e o Recôncavo baiano. Criado entre esta cidade e Santo Amaro da Purificação (Recôncavo), o autor e compositor Raimundo Sodré desde cedo já bebia na fonte do imenso caldeirão cultural da região onde cresceu. Antes de despontar para o  Brasil com o hit A Massa, terceiro lugar no Festival MPB, seu  caminho não foi fácil. Largou a Faculdade de Medicina em 1972  e foi morar em São Paulo, vivendo de aulas de violão e shows e m barzinhos.  Pelejou como vendedor de gravador, trabalhou em financeira. A carreira só começou a engrenar quando passou a fazer algumas apresentações em casas  noturnas de São Paulo, como na extinta Partido Alto.

Honrando sua forma de compor como violeiro  na composição e no canto, Sodré é um seguidor de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, "chegando  junto dos mestres de chula"   da Bahia, mas tem uma especial atenção com a base rítmica da sua música.  Suaformação musical inclue um contato íntimo com a percussão, uma vez que a mãe e a tia participavam dos ritos de Candomblé  e, desde os sete anos, Sodré aprende a tocar os três tipos de atabaques: o lê, pi e rum, do mais agudo ao mais grave, respectivamente, dentro da cadência para a evocação dos orixás.

Arte.

Cantor
Compositor
Musico

Alguns Sons.

Discografia.

A Massa (80 - Polygram)
Coisa de Nego (81 Polygram)
Beijo Moreno (83 - Polygram)
Real (95 - Tropical Rock - RGE)

Curiosidades.

O estouro com um Samba-de-Roda.

Ele entra em estúdio, em fins de 79, e grava o antológico álbum "A Massa" que reúne a composições com letras dos poetas do Recôncavo - Roberto Mendes e Jorge Portugal - e traz um universo de ritmos, como a chula, samba de roda , xote, baião típicos do Recôncavo e do Sertão baiano. Antes do lançamento do LP, Raimundo Sodré participa do Festival da Nova MPB da Rede Globo no início do ano de 80 e fica em terceiro lugar com a música A massa, composição dele e Jorge Portugal, um misto de chula e baião com solo rasgado de viola que aglutina alguns sambas já existentes. O sucesso da canção empurra as vendages do LP que ganha um Disco de Ouro pela vendagem de mais de 100 mil cópias.



Destaque para outro samba-de-roda,  Falavreado no coió de Shirlena ...(...e haja adrelanina!) que foi o lado b do compacto de A Massa. Outro ponto alto do LP é o baião violado Baião Pisado com criativo trabalho de viola. Os músicos utilizados no "A Massa" é são experimentados dentro do circuito de MPB e Jazz: Luizão (baixo elétrico); Luiz Alves (baixo acústico); Mamão (bateria); Oswaldinho (acordeon); Elena dos Santos (flauta); (Djalma Correia); viola de 10 cordas (Roberto Mendes).



Depois de uma vitoriosa turnê pelo Brasil, Sodré faz sua primeira incursão no mercado internacional ao se apresenta ao lado de Djalma Correa  e Dudu do Gantois (Alabê) em um festival de percussão, em Nova Iorque (Estados Unidos), organizado e patrocinado pelo Theater of Latin America. Tocou nas ruas do Brooklin, bairro negro de Nova Iorque. Durante a execução de A Massa o público subiu ao palco para celebrar com Sodré e sua banda, demonstrando uma intensa afinindade rítmica com a música do artista.
Em 81,  Raimundo Sodré aprofunda a fórmula da sua obra artística e lança pela Polygram o álbum "Coisa de Nego" que supreendentemente mas não acontece mercadologicamente. Mais requintado do que o primeiro trabalho, Sodré traz referências cosmopolitas nos seus textos, mas sempre agregado à cultura nordestina de raiz.



Alarga sua base rítimica incluindo de forma mais incisiva ritmos do sertão (xaxado, baiãos, galope), do Recôncavo (chula, samba-duro e samba-de-roda) e do litoral nordestino (frevo). Optando por um formato semi-acústico, Sodré faz um trabalho de pesquisa em cima da viola, tendo, também, nesse LP tocando violão de 10 cordas e zabumba. O LP "Coisa de Nego" estrutura-se musicalmente numa colagem rítimica afro-nordestina, acentuando-se, principalmente, em chulas, afoxé, emboladas, xotes, frevos carnavalizados, fado, rumba, mambo e as citações nostálgicas de uma  saudade ibérica  numa fusão de atabaques e zabumbas numa mazurca. Raimundo Sodré coloca suas influências regionais e do afrocaribenhas para fora. Fazia questão de exaltar sua musicalidade apreendida nas festas de Santa Amaro da Purificação e nos desafios violeiros de Ipirá (quase Sertão).



O álbum traz letras refinadas melodias  de Sodré em parceria com Jorge Portugal e Roberto Mendes. No frevoOdara, odesce, a letra oferece  uma visão antropofágica do descobrimento do Brasil , numa perspectiva diferente da História oficial. O samba-de-roda Ei moço tem alguma projeção nas rádios, mas de forma muito tímida. Na balada Deixe estar,  mas  não deixe de sorrir, Sodré mostra seu lado urbano e faz citação até de Let it be dos The Beatles numa homenagem póstuma a John Lennon.


Poeticamente, Sodré divide com seus parceiros sua sensibilidade poética desde citações críticas ao jeito latino-americano de ser em Temperamento Latino, ao surrealismo do cotidiano em Realismo Fantástico, passando pela convocação cultural  em Coisa de Nego .Na chula acelerada, Regaça a manga, Sodré faz um apelo/esperança pela melhoria das condições de vida da população.

Abatido pela falta de repercussão do seu segundo trabalho, Raimundo Sodré vai morar em Manaus e retrocede na sua pesquisa  sonora e lança, em 83, ainda pela Polygram um disco tímido chamado de "Beijo Moreno" em  que revela que chegou a ter problemas de barreiras psicológicas em compor por conta do fracasso  cormecial do LP "Coisa de Nêgo".             O LP, também,  não acontece. O destaque é uma homenagem ao movimento estundantil, que é relembrado  na música Maio de 68 . Monta o espetáculo "Cantações" e faz shows com o cantor Yta Moreno pelo Brasil afora.

Ainda em 83, participa do Festival de Música Francesa, realizado em Paris, sendo o primeiro artista brasileiro convidado para o evento.  No ano seguinte, a Polygram ainda lança o compacto com a música Pica--Pau Brasil,mas nada acontece. Raimundo Sodré perde o contrato com a gravadora e inicia um longo período de ostracismo em termos de lançamentos. Sem o merecido espaço na MPB, Sodré é boicotado em Salvador e não encontra   espaço para fazer show em Salvador,partindo para o circuito popular e universitário alternativo.

Somente em 87, Raimundo Sodré realiza o show "Soando raízes" com o percussionista e dançarino senegalés Mamour Bá. No ano seguinte, participa em São Paulo (SP) do show em solidariedade ao líder negro sul-africano Nelson Mandela e no show no Rio de Janeiro (RJ) reunindo diversos artistas da MPB chamado "Se liga Rio". Em 89, faz outro show com o senegalês intitulado "Soando Raízes" onde apresentou novas músicas, comoFilho da mãe, Jardim do amor, Disparando o gatilho e Tupã, Tupy tá puto.
É convidado para participar do carnaval da cidade de Nice (França), em 90. Decide se radicar no país por encontrar melhores condições de levar adiante seu trabalho. No mesmo ano, faz a primeira turnê pela Europa que começa por Paris no "Le Carnaval Brésilien" no Cirque d'Hiver onde retorna no ano seguinte.


Fazendo contato com músicos locais e oriundos da África negra e árabe, enriquece ainda mais sua bagagem musical. Sodré faz shows no circuito de bares e clubes noturnos de cidades francesas, alemãs, inglesas, italianas e suíças. Depois de cinco anos de muito trabalho, consegue gravar pela selo alemão, Tropical Rock, o seu quarto álbum intitulado "Real" que foi distribuído no Brasil pela RGE. Em 98 e 99 veio a Salvador realizar uns shows e colher bases rítimicas para um CD a ser lançado na Europa e no Brasil.

O álbum "Real" lançado pelo selo alemão Tropical Rock é um trabalho musical que demonstra o "olhar" de um artista ainda sustentando-se sobre sua base de raiz nordestina. O trabalho traz uma base de instrumentos elétricos que não estava mais presaentes em seus trabalhos anteriores.  Os violões e violas convivem harmoniosamente com as guitarras e teclados, além dos metais. A vivência européia de Sodré ampliou seu leque estético, mas não soterrou o menino de Ipirá criado no Rencôncavo baiano. Sua experiência criou novas parcerias como a do nigeriano M'Ban Zamba e revelar temas como em Carte de Se Jour  e La Seine que fala sobre a necessidade de adquirir o visto de permanência e aprender um novo idioma para sobreviver num país estranho.

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